quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

INTERNACIONAL / América Latina


Colômbia lança contra-ofensivaPaís acusa Venezuela e Equador de financiar e proteger as Farc. Quito rompe relações com Bogotá


Rodrigo Craveiro

Da equipe do Correio


O cheiro de pólvora sobre a América do Sul tornou-se mais concreto nas últimas 24 horas, depois que o governo colombiano anunciou ter provas contundentes de relações suspeitas da Venezuela e do Equador com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Bogotá revelou que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, abasteceu a insurgência esquerdista do país vizinho com cerca de US$ 300 milhões. E culpou Quito por ter mantido contatos com Raúl Reyes — o porta-voz e vice-líder das Farc foi eliminado no sábado, em uma controversa operação militar da Colômbia no território equatoriano. As acusações foram muito além da retórica. O diretor da Polícia Nacional, Oscar Naranjo, apresentou documentos supostamente confiscados no computador de Reyes. Entre eles, uma carta escrita em 14 de fevereiro pelo comandante Iván Márquez, membro da cúpula da guerrilha, que fala do “financiamento de Caracas às Farc por US$ 300 milhões”. “Essas mensagens não apenas deixam implícita uma aproximação, mas uma aliança armada entre as Farc e o governo venezuelano”, atacou Naranjo. O policial disse que um dos documentos destaca o agradecimento de Chávez pela ajuda de US$ 50 mil oferecida pelas Farc em 1992, quando ele ficou preso após um golpe de Estado fracassado. O teor de uma das cartas divulgadas por Naranjo também compromete o presidente equatoriano, Rafael Correa. “Recebemos uma visita do ministro do Interior do Equador, Gustavo Larrea (…), que, em nome do presidente Correa, trouxe saudações ao Camarada Manuel (Marulanda, líder das Farc) e ao Secretariado (Estado-Maior da guerrilha)”, afirma o texto de autoria do próprio Reyes. Na mesma carta, ele pede a Marulanda ajuda para entregar Pablo Emilio Moncayo, seqüestrado pela guerrilha em 1997. Larrea confirmou ontem que se reuniu com Reyes para debater a libertação dos reféns. “Essa reunião se desenvolveu em janeiro, fora da Colômbia e fora do Equador”, admitiu o ministro. Naranjo assegurou que as Farc adquiriram 50kg de urânio, o que pode significar que elas “estão dando passos importantes no mundo terrorista para se tornar um grande agressor internacional”. “Ter urânio, base para gerar armas sujas de destruição, é realmente uma ameaça”, advertiu. Apesar do aumento da tensão em um nível raro na América do Sul, o mandatário colombiano, Álvaro Uribe, decidiu por ora não responder à estratégia intimidatória de Chávez, que mobilizou 10 batalhões na fronteira. O general Alberto Müller, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), considerou a manobra militar como uma “ação defensiva” e qualificou de “loucura” as denúncias de financiamento às Farc. “Uma força insurgente que recebesse uma ajuda de US$ 300 milhões ficaria tão poderosa que não seria mais possível combatê-la”, declarou. Ele acrescentou que os colombianos tentam ocultar um “crime contra a humanidade”. “Eles mataram 20 pessoas indefesas. Foi uma covardia”, considerou. No âmbito diplomático, Caracas ordenou a “expulsão imediata” do embaixador da Colômbia. Ingrid À reação da Venezuela seguiu-se uma resposta enérgica de Quito, que já havia expulsado o embaixador colombiano. Na noite de ontem, o Equador enviou uma carta a Bogotá na qual informou o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia. O presidente Correa disse que o ataque contra as Farc no Equador frustrou a libertação da ex-senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt e de 10 reféns da guerrilha, que ocorreria este mês no Equador. “As conversações para libertar Ingrid estavam bem avançadas. Tudo foi frustrado pelas mãos belicistas”, disse o mandatário. Segundo o jornal equatoriano El Universo, o país concentrou 3.200 militares na província fronteiriça de Sucumbíos. Mais cedo, Miguel Carvajal, vice-ministro da Defesa do Equador, tinha acusado a Colômbia de agir “deliberadamente” para gerar instabilidade política e militar na região. Aliado da Colômbia, os Estados Unidos apoiaram ontem o governo de Uribe em seu “combate a organizações terroristas” e pediram a Quito e a Bogotá “moderação”. Gordon Johndroe, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, exortou a Venezuela a “trabalhar construtivamente” com o governo colombiano e considerou “estranha” a decisão de Chávez de enviar tropas para a fronteira. -


memória

Invasão ao Brasil


Há dez anos, uma suposta invasão do território brasileiro por militares colombianos abriu séria crise diplomática bilateral. Até hoje mal explicada, a violação teria ocorrido em novembro de 1998. Segundo a versão oficial brasileira, tropas do exército da Colômbia utilizaram uma pista da Força Aérea em Querari, no Amazonas, para atacar guerrilheiros em Mitú, cidade colombiana então ocupada por rebeldes. Bogotá sustentou que pediu autorização, mas o governo brasileiro a teria negado. O então presidente, Fernando Henrique Cardoso, convocou reunião de emergência no Palácio da Alvorada, com ministros militares e outros membros do gabinete. Decidiu, também, convocar ao Itamaraty o embaixador da Colômbia, divulgar nota de protesto e chamar para consultas nosso embaixador em Bogotá. (Claudio Dantas Sequeira)

Ação pode ser legítima

Caso fique comprovada a leniência do governo do Equador com a presença das Farc em seus limites, a legislação poderá respaldar o bombardeio ao território equatoriano. Segundo Antônio Borges, especialista em direito internacional da Universidade de Brasília, os supostos benefícios que o governo de Quito concedia à guerrilha autorizariam uma ação militar de Bogotá. “O Equador estaria cometendo ilícito ao insuflar ou conceder privilégios a uma força insurgente em um país vizinho”, explicou. “Por isso, a Colômbia teria agido em legítima defesa”, acrescentou. O direito internacional prevê que um Estado não pode usar meios muito mais rigorosos que aqueles dos quais é vítima. Borges lembrou que o princípio da não-intervenção rege as relações entre os países. “Mas alguns atores têm estabelecido exceções, inclusive para proteger nacionais no território de outro Estado”, afirmou. Segundo o professor, o Equador poderia recorrer à Organização dos Estados Americanos (OEA). Plínio Gustavo Prado Garcia, mestre em direito comparado pela George Washington University (EUA), concorda que a OEA seria o primeiro órgão a dirimir divergências. “Até que ponto poderia um Estado abrigar terroristas e propiciar esse santuário sem que haja objeção dos vizinhos?”, questionou. (RC)

INTERNACIONAL / América Latina


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03/03/2008 - Folha Online

Relações entre Equador e Colômbia enfrentam pior crise



FERNANDO ARROYO LEÓN
da Efe, em Quito

A conflituosa relação entre Equador e Colômbia dos últimos anos passa atualmente pelo pior momento, no qual a boa vizinhança entre os dois países está por um fio, após a incursão armada colombiana contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano.

O bombardeio de uma base clandestina rebelde, na madrugada de sábado (1º) na zona equatoriana de Angostura, a cerca de três quilômetros da divisa, e a incursão de tropas colombianas para recolher os corpos de dois líderes guerrilheiros provocaram um delicado atrito diplomático.

Justificativas, acusações, verdades e mentiras, os governos de Quito e Bogotá afirmaram de tudo nas últimas 72 horas sobre os fatos que levaram à morte o considerado número dois das Farc, Raúl Reyes, e outros 19 guerrilheiros.

O governo do presidente colombiano, Álvaro Uribe, apresentou desculpas ao do chefe de Estado equatoriano, Rafael Correa, devido à incursão de helicópteros colombianos e militares no país vizinho, para verificar a operação militar e levar os cadáveres de Reyes e de Julián Conrado.

Essa desculpa causou a reação imediata de Correa, que criticou Uribe em mensagem televisionada à nação, afirmando que a Colômbia bombardeou seu território e que "massacrou" o grupo de guerrilheiros enquanto dormiam.

Correa retirou seu embaixador em Bogotá, Francisco Suéscum, e ordenou a expulsão do embaixador colombiano em Quito, Carlos Holguín, além de ter ordenado o reforço militar da fronteira.

Quase simultaneamente, o diretor da polícia colombiana, Oscar Naranjo, anunciava que tinha documentos apreendidos dos rebeldes na operação militar que confirmavam "compromissos" do governo de Correa com as Farc.

Essa informação foi desmentida quase imediatamente por Quito, que considerou essa acusação uma tentativa de esconder a "flagrante violação" da soberania equatoriana.

Esse tipo de desavença --embora agora pareça ter ultrapassado a tolerância dos dois países-- já ocorreu antes, em menor escala.

Para a chanceler equatoriana, María Isabel Salvador, esse fato mais recente é o mais grave, mas também lhe preocupa que a Colômbia não tenha dado respostas satisfatórias a outros incidentes passados, alguns deles admitidos pelo governo de Bogotá.

A queda de uma granada de morteiro em um povoado equatoriano, a morte de um comerciante da mesma nacionalidade na ponte internacional que liga os dois países por militares colombianos e o vôo de helicópteros artilhados da Colômbia em áreas do Equador fazem parte desse histórico.

Além disso, o Equador também estuda abrir um processo contra a Colômbia na Corte Internacional de Justiça, pelo uso do herbicida glifosato, maléfico à população e à natureza, nas fumigações aéreas de combate às drogas na divisa entre os dois países.

Segundo o Equador, o glifosato não só destruiu plantações de coca e papoula no lado colombiano, mas, levado pelo vento, causou danos irreparáveis a povoações e ao meio ambiente do lado equatoriano.

Na lista de reivindicações, também estão alguns conflitos comerciais que causaram momentos de tensão entre os dois países.

INTERNACIONAL / Itália

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Tribunal italiano multa homem por tocar partes íntimas em público

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Hoje é dia das notícias engraçadas!
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29/2/2008

Assimina Vlahou
De Roma para a BBC Brasil


Um italiano de 42 anos de idade foi multado em 200 euros (cerca de R$ 500) porque cometeu o ato, considerado ilegal, de tocar suas partes íntimas na rua.

O caso aconteceu na cidade de Como, a poucos quilômetros de Milão, e foi divulgado na segunda-feira, dia em que a sentença foi publicada.

A Corte de Cassação do Tribunal da cidade estabeleceu que o gesto de tocar as partes íntimas em público demonstra “falta de educação e decência”.

Depois de julgar o caso em primeira instância, o juiz emitiu a sentença em maio do ano passado. No veredicto, ficou explicado que o homem era culpado de “tocar vistosamente os órgãos genitais em via pública”, por cima das vestes.

'Coceira'

O acusado entrou com um recurso junto ao Tribunal de Cassação, que é a última instância. Ele alegou inocência, esclarecendo que estava tentando ajeitar a roupa.

O gesto, “equiparado a uma coçadela, era apenas um movimento compulsivo e involuntário, provavelmente com a finalidade de arrumar o uniforme de trabalho”, teriam argumentado os advogados de defesa, segundo agências de notícias italianas.

A 3ª Seção Penal da Corte Suprema não aceitou a argumentação da defesa, declarou o recurso inadmissível e emitiu a sentença final.
“Tocar os órgãos genitais diante de outras pessoas é manifestação de falta de educação e de compostura. Deve ser considerado ato contrário à pública decência, conceito que compreende o conjunto de regras de comportamento ético e social que impõe evitar condutas que possam ofender o sentimento coletivo de compostura e decência, gerando mal-estar, desgosto e desaprovação do homem médio”, diz a sentença do tribunal de Como.

Alem de pagar a multa, o culpado deve desembolsar mais R$ 2,5 mil para cobrir as despesas do tribunal.

Momento Diversão

Eita povo atualizado!!!

INTERNACIONAL / Crise Americana


Fed faz novo alerta sobre fragilidade da economia dos EUA

Bernanke alertou para a fragilidade do mercado imobiliário e de crédito.
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, afirmou nesta quarta-feira que a economia americana pode ficar ainda mais frágil nos próximos meses.

Na apresentação do relatório semi-anual sobre a economia do país ao Congresso americano, Bernanke afirmou que a situação econômica dos EUA se tornou "especialmente pouco favorável" e poderá ficar pior.

O presidente do Fed afirmou ainda que o banco "continuará agindo na hora certa conforme o necessário para apoiar o crescimento".

Segundo alguns analistas econômicos, a afirmação de Bernanke poderia indicar um novo corte de juros, que poderá ser anunciado na próxima reunião do Fed, em 18 de março.

A taxa básica de juros dos Estados Unidos foi reduzida de 5,25 para 3% depois dos cortes de janeiro.

Crises

Durante o discurso, Bernanke afirmou ainda que os riscos de crescimento econômico continuam presentes e que as crises do mercado imobiliário e de trabalho podem se "deteriorar ainda mais do que as estimativas".

Bernanke alertou ainda para os riscos de alta na inflação do país.

"O essencial é que Bernanke está falando sobre oferecer garantias contra os riscos", afirmou o analista financeiro Firas Askari.

"Este é um Fed que está equilibrado para reagir aos riscos contra o crescimento e acredito que eles estejam fazendo a coisa certa em se concentrar no crescimento mais do que na inflação", disse Askari.
BBC Brasil - 28/2/2008

BRASIL/ Crescimento Econômico

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“O aumento das reservas e o investimento estrangeiro ajudam a garantir que as exportações não sejam o único motor da economia” do Brasil, diz uma análise publicada nesta quarta-feira pelo jornal britânico Financial Times.


“O aumento da taxa de crescimento do Brasil nos últimos anos - de uma taxa média de 2,5% nas duas décadas até 2003 para mais de 5% no ano passado – se deu graças às exportações”, diz o artigo do 'FT', intitulado "Demanda doméstica alimenta crescimento do Brasil".

Mas "o aumento de empregos e salários, crédito barato e taxas de investimento mais altas tornaram a economia doméstica o novo motor de crescimento da economia do Brasil", diz o principal jornal de economia e finanças da Europa.

"A previsão de queda no superávit da balança comercial de US$ 40 bilhões para cerca de US$ 33 bilhões deveria ser motivo de preocupação", diz o jornal.

Mas "a queda do superávit vai ser causada não pela redução das exportações, que continuam a subir, mas pelo aumento ainda mais rápido das importações", um sinal de força da demanda doméstica, o "novo motor do crescimento".

O jornal destaca que, apesar do atual déficit em conta corrente, “a conta de capital – que cobre investimentos estrangeiros diretos, portfólio de investimentos e dívidas – está fortemente no azul”.

“Será que o Brasil pode mudar facilmente da dependência de exportações e um portfólio de investimentos estrangeiros para a dependência da demanda doméstica e investimento estrangeiro direto? A maioria dos economistas não vê por que não.”

O artigo ainda comenta que a previsão de crescimento do Brasil, de pouco mais de 4,5% neste ano, ainda é muito mais baixa do que a dos outros países do grupo conhecido como BRICs – Brasil, China, Índia e Rússia -, e que este crescimento poderia ser mais alto se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva levasse adiante “as esperadas reformas fiscais”.

“Mas com o avanço do crescimento nos últimos anos tendo feito de Lula o líder mais popular do Brasil de que se tem lembrança, a maioria dos brasileiros, provavelmente, vai continuar feliz”, conclui o FT.
BBC Brasil 27/2/2008

INTERNACIONAL / FARC

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COLÔMBIA
Presidente autoriza libertação
Em declaração lacônica, Álvaro Uribe promete “colaborar, como sempre fez”, para o resgate de quatro reféns das Farc. Guerrilha esquerdista deve entregar os cativos ainda hoje a voluntários da Cruz Vermelha

Correio Brailiense - 27/2/2008

O governo colombiano deu o sinal verde para a operação de resgate de quatro ex-parlamentares que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) prometeram libertar hoje, após seis anos de seqüestro. A operação será mais uma vez coordenada pelo governo da Venezuela. No início da noite de ontem, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha ativou as operações para dar assistência a Caracas durante o processo. Em breve declaração divulgada pelo Palácio de Nariño, o presidente Álvaro Uribe disse que seu governo “vai colaborar, como sempre fez”, para a entrega de Gloria Polanco de Lozada, Orlando Beltrán Cuéllar, Luis Eladio Pérez e Jorge Eduardo Géchem Turbay. Em 31 de janeiro, as Farc anunciaram que entregariam os três primeiros ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e à senadora colombiana, Piedad Córdoba. No fim de semana, o grupo acrescentou o nome de Turbay à lista, devido a seu grave estado de saúde. Em carta ao chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, o colega colombiano, Fernando Araújo, reiterou “a disponibilidade de iniciar o processo de imediato e culminar a operação amanhã (hoje) mesmo”. O procedimento seguirá o padrão da operação de 10 de janeiro, quando foram soltas a ex-candidata a vice-presidente Clara Rojas e a ex-parlamentar Consuelo González de Perdomo. Na segunda-feira, o ministro do Interior da Venezuela, Ramón Rodríguez Chacín, afirmou que o governo Chávez já recebeu todas as coordenadas do local, no Guaviare (sul da Colômbia), em que deverão ser recolhidos os quatro reféns. Em janeiro, Rojas e Perdomo foram colocadas em liberdade nesse mesmo lugar. Chacín pediu ao Executivo colombiano que autorize a entrada de helicópteros venezuelanos e alertou que a intensificação das operações militares na região colocaria em risco a vida dos reféns. De acordo com o ministro, as ações de combate à guerrilha na área contam com 18 mil soldados colombianos. Mas o chefe do Exército da Colômbia, general Mario Montoya, garantiu a desmilitarização de uma área de 48 km² ao redor do ponto de libertação dos reféns. A operação de resgate dos ex-congressistas deve começar nas primeiras horas da manhã de hoje. Sete infartos Segundo Montoya, há preocupação com a saúde de Turbay, que já sofreu sete infartos nos últimos seis anos. Esses políticos fazem parte de um grupo de 44 reféns, inclusive soldados e policiais, além da ex-candidata presidencial franco-colombiana Ingrid Betancourt e dos militares norte-americanos Thomas Howes, Keith Stansell e Marc Gonsalves. O seqüestro de Turbay provocou a ruptura das discussões para um acordo de paz entre a guerrilha e o governo do então presidente colombiano Andrés Pastrana (1998-2002). O general Freddy Padilla, comandante das forças militares da Colômbia, procurou tranqüilizar os parentes dos reféns. “Não temam. Nós, neste momento, estamos assegurando que não haverá operações militares de nenhum tipo na área onde se encontram os seqüestrados.” Se o resgate for concretizado, será a segunda vez que as Farc entregam de maneira unitaleral e incondicional um grupo de reféns — a primeira foi a libertação de Clara Rojas e Consuelo Perdomo. Os ex-parlamentares que podem ser libertados integram um grupo de reféns que as Farc consideram passíveis de troca por rebeldes presos, dentro do previsto em um acordo humanitário.
Estamos assegurando que não haverá operações militares de nenhum tipo na área onde se encontram os seqüestrados

Na Venezuela, batalha contra o inglês

O governo do presidente Hugo Chávez estendeu sua batalha contra o imperialismo norte-americano, ao determinar que as companhias telefônicas evitem termos em inglês na linguagem técnica e de negócios. A campanha começou nesta semana pela estatal CANTV, cujos funcionários deverão evitar o uso de palavras como staff (equipe), marketing (mercadologia) e password (senha). Faixas e cartazes foram impressos pela empresa de telecomunicações — retomada pelo Estado em 2006 —, incentivando os trabalhadores a adotarem a medida. “Diga em espanhol. Diga com orgulho”, é o lema. A idéia, segundo o governo, é “criar uma consciência sobre o uso da língua castelhana como prática social indispensável para manter viva a cultura” venezuelana. A lista dos estrangeirismos inclui as palavras meeting (reunião) e mouse — usado em computadores, que deverá ser chamado de “rato”. “As palavras anglo-saxônicas estão se tornando comuns mesmo quando têm seu equivalente no espanhol”, acrescenta a nota publicada pela estatal Agência Bolivariana de Notícias (ABN). A campanha teria nascido da preocupação de um grupo de funcionários da empresa, que notaram o uso ostensivo dos anglicismos. Substituições O Ministério de Comunicações e Informações anunciou, por meio de nota, que os venezuelanos devem recuperar as palavras espanholas “naqueles setores em que foi iniciada a batalha pela dominação cultural do nosso país”. Outras palavras em inglês também deverão ser substituídas, como meeting e sponsor (patrocinador) — todas usadas normalmente em países latino-americanos no idioma local. O presidente esquerdista quer conter o que chama de imperialismo cultural dos Estados Unidos em todas as frentes, financiando o cinema venezuelano como uma alternativa para a “ditadura de Hollywood” e forçando emissoras de rádio a tocarem mais músicas venezuelanas. O inglês é matéria obrigatória em escolas do ensino médio na Venezuela e em algumas carreiras universitárias. E o próprio Chávez às vezes arrisca algumas palavras no idioma durante seus discursos, como quando cumprimenta o ex-presidente cubano Fidel Castro, começando a conversa com um jocoso How are you, Fidel? Chávez é um férreo opositor do atual governo norte-americano, a quem acusa de promover constantes conspirações contra o regime venezuelano e de ter envolvimento no golpe de Estado frustrado em 2002, quando o presidente ficou menos de 48 horas afastado do poder. O chefe de Estado da Venezuela pagou US$ 1,3 bilhão por 79,62% das ações da CANTV, que tinha entre seus acionistas principais o conglomerado dos EUA Verizon Communications Inc.

Brasil / Trabalho Escravo

Um pacote para o Inferno:
Agências de turismo recrutam bóias -frias
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No ano do 120° aniversário da lei que proibiu oficialmente a escravidão no Brasil não param de aparecer casos do genêro. A última "novidade" é a entrada de agências de turismo nesse, digamos, segmento.
Elas recurtam trabalhadores no interior do nordeste por meio da venda de pacotes de viagem e os levam a fazendas no centro-oeste. A estratégia anotou a Folha de São Paulo, é dificultar a configuração do aliciamento - crime punido com 3 anos de prisão - disfarçando o bóia- fria de turista, evitando a fiscalização.
Assim o trabalhador começa o "emprego" já devendo o valor do "pacote turiístico" que vai entre 200 e 300 reais.
Em 2007, 5.877 trabalhadores - escravos foram resgatados de situações análogas a escravidão. São na maioria analfabetos e se aprisionam com dívidas geradas na fazenda, com alimentação e ferramentas.
Há dois polítcos brasileiros respondendo processos por exploração do trabalho escravo: Senador João Ribeiro - PR/ TO - e o Deputado Federal, Inocêncio Oliveira - PR / PE.
Revista da semana- 18/2/2008.

Brasil / Salário Mínimo

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Mínimo será de R$ 412
no dia 1ºConfirmação do reajuste e da validade do novo salário foi feita pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Aumento virá mais cedo no ano que vem, passando a valer a partir de fevereiro

Edson Luiz
Da equipe do Correio


O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, confirmou ontem que o novo salário mínimo passará de R$ 380 para R$ 412,40, a partir de primeiro de março. Os valores foram negociados com as centrais sindicais, quando o governo encaminhou um projeto de lei ao Congresso, mudando a data de reajuste, que anteriormente era em primeiro de maio, Dia do Trabalhador. O próximo aumento do salário mínimo sofrerá alterações, passando a ser feito em fevereiro de 2009 e em janeiro nos dois anos posteriores.
“Nós estamos nos comprometendo a, anualmente, corrigir o salário mínimo com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores mais a variação da inflação”, disse Paulo Bernardo, em entrevista a uma emissora de rádio de São Paulo.
Conforme o projeto encaminhado pelo Executivo, que propõe diretrizes para uma política de valorização de 2008 a 2023, o reajuste será dado com base no crescimento da economia do país nos dois anos anteriores, conforme explicou o ministro. O acordo entre o governo e as centrais sindicais aconteceu em dezembro de 2006, quando ficou definido o plano de valorização. Os dois lados firmaram um protocolo de intenções relatadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Refletem, desse modo, consenso resultante do esforço de conciliar a melhoria das condições de vida da população e os efeitos dinamizadores da economia daí resultantes com as limitações impostas pelo Orçamento da União”, justificaram os ministros da área econômica na exposição de motivos encaminhada ao Palácio do Planalto.
O projeto do governo foi enviado ao Congresso no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e já foi aprovado na Câmara, faltando ser analisado no Senado, onde se encontra. Tradicionalmente, o reajuste do salário mínimo no Brasil era feito todo primeiro dia de maio, mas no ano passado se deu no primeiro dia de abril, quando saiu de R$ 350 para R$ 380, e foi baseado no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Hoje, pelo menos 25 milhões de trabalhadores formais e informais recebem salário mínimo.

INTERNACIONAL / Eleições EUA

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Obama abre 16% de vantagem sobre Hillary em pesquisas nacionais

27/02/2008 - 07h29

da Folha Online

O favoritismo do pré-candidato democrata à Casa Branca, Barack Obama, é cada vez maior sobre sua rival, a ex-primeira-dama Hillary Clinton. É o que apontam duas pesquisas de intenção de voto divulgadas nesta terça-feira nos Estados Unidos.

Obama supera Hillary por 54% a 38% nacionalmente, segundo um levantamento divulgado pelo jornal "The New York Times" e pela emissora de televisão CBS. Em janeiro, o senador por Illinois tinha 27% da preferência dos eleitores, enquanto a senadora por Nova York tinha 42%.

Para o jornal "USA Today", em pesquisa realizada com o instituto Gallup, Obama lidera a preferência democrata com 51%, enquanto Hillary tem 39% das intenções de voto em escala nacional.
Em 4 de março, os dois candidatos se enfrentam nas primárias de Ohio e Texas. Hillary precisa vencer nos dois Estados para continuar na corrida à candidatura presidencial dos EUA.

Em Ohio, Hillary --que já teve uma vantagem de 20 pontos-- lidera nas pesquisas, com 49,2% da preferência, na frente de Obama, que tem 41,8%, segundo o site independente Real Clear Politics, que agrega o resultado das pesquisas eleitorais americanas.
No Texas, os dois estão em empate técnico, mas Obama apresenta pela primeira vez uma pequena vantagem, com 47,8% ante 46,3% de Hillary.

Debate

Os dois pré-candidatos democratas participaram nesta terça-feira de um debate em Cleveland, Ohio, onde se acusaram mutuamente de divulgar informações falsas sobre as respectivas propostas de planos de saúde.
O debate é a última chance de Hillary de conter o crescente apoio a Obama na corrida pela nomeação do partido. Rhode Island e Vermont também realizarão primárias na próxima terça-feira (4), quando 370 delegados estarão em jogo.

O senador por Illinois venceu as últimas 11 disputas, e mesmo alguns dos membros da campanha de Hillary afirmam que ela tem de vencer tanto em Ohio quanto no Texas --principais Estados em jogo nas próximas prévias- para continuar com força no páreo.
Segundo a rede de TV CNN, Obama conta com 1.360 delegados, enquanto Hillary conseguiu 1269. Para obter a nomeação do Partido Democrata na convenção nacional da legenda, um dos candidatos precisa obter no mínimo 2.025 delegados.

Saúde

'O senador (por Illinois) Obama disse repetidas vezes que eu forçaria as pessoas a terem planos de saúde independente de elas poderem pagar ou não', disse Hillary, insistindo que tal afirmação não é verdade.

Respondendo rapidamente, Obama contra-atacou dizendo que a ex-primeira-dama afirmou repetidas vezes que o plano de Obama 'deixaria 15 milhões de pessoas descobertas (...) Eu contesto isso e creio que seja impreciso', afirmou o senador por Illinois.
'Dezesseis minutos de debate sobre sistema de saúde é um começo', afirmou o mediador, ao tentar evitar que um dos dois pré-candidatos insistisse mais uma vez no tema.

Os dois rivais, os únicos sobreviventes das prévias democratas, se sentaram lado a lado em uma mesa sobre um palco na universidade do Estado de Cleveland.

Roupa tribal

Hillary afirmou ainda que até onde ela sabia, sua campanha não tinha nada a ver com a fotografia de Obama divulgada nesta segunda-feira, onde ele aparece com roupas tribais africanas no Quênia, que circulou junto a boatos de que o pré-candidato seja muçulmano.

O site de notícias e fofoca The Drudge Report postou a imagem na segunda e afirmou que ela estava sendo divulgada por membros da equipe de Hillary.

'Não sabemos de onde ela veio', disse Hillary, afirmando que esse não é o tipo de comportamento que ela quer em sua campanha.
'Acredito na palavra da senadora (por Nova York) Clinton de que ela não tinha nada a ver com o foto', declarou Obama.

'Nos últimos debates, parece que eu sempre sou a primeira a responder as perguntas. Eu não me importo, ficarei feliz em respondê-las', disse Hillary ao ser questionada sobre o Nafta. 'Acho curioso, se alguém viu 'Saturday Night Live' (programa humorístico de TV), talvez devesse pperguntara Barack se ele está confortável e precisa de outro travesseiro'. A platéia fez uma breve vaia.

Hillary tentou fazer um brincadeira relacionada ao episódio do programa do último sábado, quando o programa fez um quadro que mostrava a imprensa pegando leve com Obama, e um mediador perguntava durante um debate com Hillary se ele estava confortável e precisava de outro travesseiro.

Nafta

Hillary acusou Obama de distorcer suas posições sobre o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) e disse ser favorável a uma reavaliação do tratado. 'Precisamos consertar o Nafta', disse a ex-primeira-dama.

Os dois debateram o tratado de livre comércio com o Canadá e o México, que é muito impopular entre a classe operária, cujos votos são vitais na prévia de Ohio, no próximo dia 4, mostrando posições semelhantes.

Nenhum dos dois disse que sairia do tratado, mas ambos afirmaram que ameaçariam sair para pressionar o México por mudanças. 'Eu disse que eu iria renegociar o Nafta', disse Hillary. 'Eu direi ao México que irei sair do Nafta se não renegociarmos'.

Obama disse que a senadora por Nova York é aambíguasobre o assunto, elogiando o acordo em Estados agrícolas onde o tratado é popular, enquanto o critica em Estados como Ohio.

Com Associated Press

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Brasil / Dívida Externa


De devedor a credor:
Política econômica responsável faz Brasil ter dinheiro em caixa para quitar, com sobras, débitos no exterior


Vicente NunesDa equipe do Correio Brasiliense



Desde que tomou seu primeiro empréstimo no exterior, em 1822, para bancar sua independência de Portugal, o Brasil foi visto como um devedor contumaz e, pior, péssimo pagador devido aos constantes calotes impostos a seus credores. Pois ontem, o Banco Central informou que esse histórico desabonador foi enterrado de vez. O país encerrou janeiro com dinheiro suficiente em caixa para pagar toda a sua dívida externa, de US$ 197,7 bilhões, e ainda ficar com sobras de mais de US$ 4 bilhões, quando somadas as reservas internacionais (US$ 188,2 bilhões, até o dia 20 de fevereiro), os créditos que o Brasil tem a receber mais os depósitos de bancos brasileiros no exterior.
Esse fato inédito, segundo o presidente do BC, Henrique Meirelles, “é resultado direto da implementação, nos últimos anos, de políticas macroeconômicas responsáveis e consistentes, baseadas no tripé responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e metas para a inflação”. A informação deixou o presidente Lula nas nuvens. “É mais um trunfo que temos para mostrar o quanto o nosso governo está no caminho correto”, afirmou a assessores. Até ser eleito presidente da República em 2002, Lula foi um defensor ardoroso do calote da dívida externa. O PT chegou a propor um plebiscito para referendar tal posição. Mas depois de tomar posse, Lula não só manteve o pagamento dos débitos em dia, como foi o principal incentivador do Banco Central na compra de dólares no mercado para reforçar as reservas internacionais. “Felizmente, prevaleceu o bom senso”, disse Cristiano Souza, economista do Banco Real ABN Amro.
A expectativa de Lula, agora, é de que as agências de classificação de risco (rating) “se rendam aos fatos” e promovam o Brasil à condição de grau de investimento (investment grade) ao longo deste ano. Esse selo de qualidade não só atrairá mais investimentos estrangeiros, fundamentais para sustentar o processo de crescimento do país, como colocará o Brasil, na expectativa de Lula, em uma situação privilegiada neste momento de crise internacional, onde impera a desconfiança. “Seremos vistos como um porto seguro para o capital”, ressaltou o presidente. Mas, para Rafael Guedes, diretor-executivo da Fitch Ratings, uma das três maiores classificadoras de risco do mundo, as chances de o Brasil ser elevado ao grau de investimento nos próximos dois anos são menores do que 50% (leia matéria na página 13). Resistência maior Na avaliação de Meirelles, o importante é que, ao seguir políticas econômicas consistentes, que permitiram “o acúmulo de reservas cambiais sem precedentes”, o país aumentou sua resistência a choques. “A melhora expressiva nos vários indicadores de sustentabilidade externa do Brasil é um marco expressivo de nossa história. Essa melhora significa que estamos superando gradativamente um longo período caracterizado por vulnerabilidade e crises, causadas, principalmente, pela dificuldade em honrar o passivo externo do país”, frisou.
Pelos cálculos do BC, a consistência econômica permitiu que, desde 2003, o Brasil registrasse fluxos positivos e crescentes em todas as contas por onde transitam recursos externos. Com isso, o banco pode ampliar as reservas internacionais do país de apenas US$ 16,3 bilhões no primeiro ano de mandato do presidente Lula para US$ 180,3 bilhões em dezembro passado e US$ 188,2 bilhões até anteontem. A maior parte desses recursos veio dos expressivos saldos da balança comercial, que, nos últimos cinco anos, somaram US$ 150,6 bilhões. O BC ressaltou ainda que também os investimentos estrangeiros diretos (IED), voltados para o aumento da produção e a criação de empregos, que atingiram US$ 34,6 bilhões em 2007 — recorde histórico —, a abertura de capital de empresas e as aplicações em bolsa de US$ 24,6 bilhões ajudaram a engrossar o fluxo de capital.
Com tantos recursos disponíveis, o Brasil antecipou em 2005 o pagamento de US$ 20,7 bilhões em empréstimos ao Fundo Monetário Internacional (FMI), pondo fim a uma tumultuada relação. Retirou do mercado todos os títulos vinculados a renegociações de calotes, como os C-Bonds, e pagou, também antecipadamente, as dívidas com o Clube de Paris. “Foi uma virada significativa na história do país”, afirmou o economista Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor da Área Externa do BC, que integrou durante anos os grupos de renegociação da dívida brasileira. A seu ver, as críticas de vários economistas, de que o acúmulo de reservas pelo BC já passou do ponto, impondo pesados custos fiscais ao Tesouro Nacional, ficam diminuídas quando se olha o comportamento da economia brasileira em meio à grave crise internacional provocada pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos.
No Rio, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a atual situação veio para ficar e permite ao país “impor respeito” em meio à crise de crédito externo, e esse respeito virá por meio da elevação do Brasil ao grau de investimento. Ele destacou que o cenário atual “habilita o país a ter um papel de protagonista no cenário internacional”.
Editor: Raul Pilati// raul.pilati@correioweb.com.brSubeditores: Sandro Silveira, Maísa MouraCoordenador: Carlos Alberto Jr.e-mail:negocios@correioweb.com.brTel. 3214-1148

sábado, 9 de fevereiro de 2008

INTERNACIONAL / Fidel Castro

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O mito Fidel
Correio Brasiliense em 21/2/2008

“Por que tanto barulho?” É a pergunta que a universitária de 20 anos fez na roda de amigos. Os colegas pareciam compartilhar a perplexidade. Um homem de 81 anos, velho e alquebrado, anuncia que não vai concorrer às eleições presidenciais. E daí? Ele deu o que tinha de dar. Agora, falta-lhe saúde. Falta-lhe disposição. Falta-lhe projeto. Nada melhor que cair fora.

A reação causou estranheza à turma que passou dos 50. Eles não vêem a criatura debilitada que volta e meia aparece nas telas. Vêem o comandante Fidel Castro. Ali está o guerrilheiro que enfrentou o império, derrubou a ditadura corrupta de Fulgencio Batista e transformou Cuba no sonho comunista que embalou os ideais pós-guerra. Num mutirão patriótico, apagou o analfabetismo do país. Investiu pesado na educação de qualidade, na saúde de ponta e no esporte competitivo. A ilhota do Caribe virou referência mundial.

Fidel só é Fidel porque chegou na hora certa. Vivia-se a época dos movimentos libertários. Sonhar era permitido. E sonhava-se alto. Não se lutava por dinheiro, ascensão social ou manutenção deste ou daquele privilégio. Lutava-se pela concretização de anseios universais e altruístas. Umbigo e ponta do nariz não tinham vez nem audiência.

Feministas queimaram sutiãs em praça pública em busca dos direitos das mulheres. Martin Luther King foi às ruas pelo reconhecimento da igualdade dos negros. Estudantes apanharam da polícia na defesa da qualidade do ensino. Jovens se organizaram para pôr abaixo a opressão e a ditadura. Impossível era palavra inexistente no dicionário.

Fidel concretizou o sonho por tantos sonhado. Ele e seus guerrilheiros, além de plantar o comunismo no quintal dos Estados Unidos, sobreviveram ao bloqueio cruel. Davi, em plena guerra fria, venceu Golias. (As fugas em massa, as perseguições, os fuzilamentos no paredão vieram depois. O mito estava consolidado.)


INTERNACIONAL / Cuba

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Fidel Castro renuncia após 49 anos à frente do
poder em Cuba

da Folha Online

O ditador cubano, Fidel Castro, 81, anunciou nesta terça-feira sua renúncia após 49 anos à frente do poder em Cuba. Fidel, que não aparece em público desde que foi submetido a uma cirurgia intestinal, há cerca de um ano e meio, disse que não aceitará cumprir um novo mandato na Presidência após a reunião do Parlamento cubano, prevista para o próximo domingo (24).

"Meu desejo sempre foi cumprir minhas tarefas até o meu último suspiro", escreveu Fidel em uma carta publicada nesta terça-feira no site na internet do jornal "Granma". "No entanto, seria uma traição à minha consciência assumir uma responsabilidade que exige mobilidade e e dedicação que não estou em condições físicas de cumprir", escreveu o ditador cubano.

Claudia Daut/Reuters

Após 49 anos à frente do poder, ditador cubano Fidel Castro renuncia ao cargo por "falta de condições físicas" para continuar
A renúncia abre caminho para que seu irmão, Raúl Castro, 76, implemente reformas no país. Ele assumiu interinamente o poder depois que Fidel adoeceu, em 31 de julho de 2006.

Ao fim de sua mensagem, Fidel se refere ao processo político cubano, e afirma que conta "com a autoridade e a experiência para garantir plenamente a sua substituição". Na carta, ele diz que não retornará à Presidência do país e que seu irmão Raúl será o novo presidente.

Fidel cedeu temporariamente o poder ao irmão depois de passar por uma cirurgia intestinal. Desde então, ele não foi mais visto em público, aparecendo apenas esporadicamente em fotos e gravações oficiais, e publicando artigos sobre várias questões internacionais.

Na carta, ele afirmou ainda que não participará da reunião da Assembléia Nacional, no próximo dia 24, para escolher os 31 membros do Conselho de Estado (Poder Executivo).

Fidel continuará como membro do Parlamento, mas não será mais o presidente do órgão.

A mulher de Raúl Castro, Vilma Espin, manteve sua cadeira no Conselho no ano passado até a sua morte, mesmo estando, durante meses muito doente para comparecer às reuniões.

Repercussão nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta terça-feira que a renúncia de Fidel "deve ser o começo da transição democrática em Cuba".

"A comunidade internacional deveria trabalhar com o povo cubano para começar a construir instituições para a democracia", disse Bush na entrevista coletiva que ofereceu em Kigali, capital de Ruanda. O presidente americano está em uma viagem por vários países da África.

"Eventualmente, esta transição deveria acabar em eleições livres e justas", disse.

Bush visitou em Ruanda um memorial das vítimas do genocídio no país em 1994, quando 800 mil pessoas foram mortas, sobretudo membros da etnia tutsi.

No entanto, o subsecretário de Estado americano, John Negroponte, disse que a suspensão do embargo imposto pelos EUA a Cuba não deve ser imediato.

Em Miami, que abriga muitos dos exilados cubanos, a reação à renúncia foi de satisfação.

"É muito bom que Fidel renuncie, mas será melhor ainda quando ele morrer", disse Juan Acosta, cubano que deixou a ilha caribenha em 1980, enquanto comprava um jornal em Calle Ocho, a principal rua do bairro de Little Havana, onde mora a maior parte dos cubanos.

Europa

Vários governos europeus também declararam que a saída de Fidel pode ser o início da democracia em Cuba. "A renúncia de Fidel é o fim de uma era que começou com liberdade e terminou com opressão", disse o ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt.

Marcelo Katsuki/Arte Folha

"Observamos com atenção e interesse o desenvolvimento dos eventos em Cuba", disse à Efe Martin Jäger, porta-voz do ministro de Relações xteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Ele acrescentou que a mensagem do líder cubano deve abrir a "via para a democratização da sociedade cubana, assim como à melhora da situação econômica do país".

O ministro de Relações Exteriores espanhol, Miguel Ángel Moratinos, disse que seu país acompanhará e ajudará Cuba a ter "o melhor futuro possível para todos os cidadãos".

A França lembrou seu desejo de que Cuba empreenda "o caminho da democracia e do respeito aos direitos humanos", após o anúncio da renúncia de Fidel a outro mandato.

Ao saber da decisão de Fidel, a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da França, Pascale Andréani, aproveitou para reafirmar a "amizade da França com o povo cubano".

O secretário de Estado de Exteriores da Itália para a América Latina, Donato Di Santo, pediu hoje para as autoridades cubanas iniciarem "uma transição democrática" no país, e qualificou a decisão de Fidel como gesto "importante, nobre e esperado, dentro e fora da Ilha".

Reunião

A nova Assembléia Nacional, eleita no final de janeiro, tem até 45 dias para escolher o chefe do governo do país.

Desde 1976, Fidel vinha sendo eleito e ratificado em todas as eleições, que se realizam a cada cinco anos.

No último sábado (16), Fidel havia aumentado a expectativa sobre sua decisão ao anunciar que "na próxima reflexão, abordarei um tema de interesse de muitos compatriotas".

Em mensagens que escreveu em dezembro, Fidel afirmou que não se apega ao poder, não obstrui as novas gerações e expressou seu apoio a Raúl, que desatou a ansiedade da população ao anunciar "mudanças" para enfrentar os graves problemas do país e ao criticar o "excesso de proibições".

Raúl desperta esperanças de mudanças econômicas que melhorem o cotidiano dos cubanos, e analistas dizem que a transferência formal do cargo lhe daria força para implementar tais reformas.

Era Fidel

Castro assumiu o poder em Cuba em 1959, e transformou o país em um Estado comunista.

Durante os 49 anos à frente do poder, ele sobreviveu a tentativas de assassinato e a uma invasão da ilha apoiada pela CIA [inteligência americana]. Dez administrações americanas tentaram derrubá-lo. A mais famosa tentativa foi a invasão da Baía dos Porcos, em 1961.

Os partidários de Fidel o admiravam pela habilidade de garantir alto nível nos serviços de educação e saúde para os cidadãos, embora permanecesse independente dos EUA. Já seus opositores o chamavam de ditador cujo governo totalitário negava as liberdades civis.

Em 16 de abril de 1961, Fidel declarou sua revolução socialista. Um dia depois, ele derrotou a tentativa de invasão da Baía dos Porcos, apoiada pela CIA.

Os EUA embargaram a economia de Cuba, e a inteligência americana planejou matá-lo.

A hostilidade chegou ao seu auge em 1962, com a crise em torno dos mísseis cubanos.

Com o colapso da ex-União Soviética, a Cuba entrou em crise econômica, mas se recuperou durante a década de 90, com o boom do turismo.

Com Efe e Associated Press

INTERNACIONAL / Independência de Kosovo

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Kosovo declara independência da Sérvia
BBC Brasil em 18/2/2008

A população celebrou a declaração da independência nas ruas.

O Parlamento de Kosovo aprovou a declaração da independência da província sérvia feita pelo primeiro-ministro Hashim Thaci durante uma sessão especial neste domingo, na capital Pristina.
A sessão contou com a presença de 104 parlamentares.

Durante a sessão, o premiê Hashim Thaci afirmou que "muitas pessoas se sacrificaram para que a independência se tornasse realidade e esperamos por este dia durante muito tempo".

"Kosovo é independente, soberano e livre", disse Thaci. "Hoje nós estamos entre as nações livres do mundo".

Ele garantiu que o país irá obedecer aos preceitos da ONU (Organização das Nações Unidas) e das leis internacionais e pediu o reconhecimento da comunidade internacional.

O premiê afirmou ainda que a nova república terá boas relações com a Sérvia.

Thaci assegurou que os direitos da minoria sérvia serão respeitados com a independência.

"Todas as comunidades terão um papel importante na construção da nação, não há lugar para medo e discriminação em Kosovo. Qualquer ato de discriminação, principalmente contra as minorias, será removido das nossas instituições e do nosso Estado".

Comemoração e revolta

Milhares de kosovares saíram às ruas para comemorar o anúncio da independência do país. O governo preparou shows para a população e oito toneladas de fogos de artifício serão usadas nas celebrações.


Veja fotos das comemorações


Assista às comemorações nas ruas

Thaci vinha dando indicações de que a independência seria declarada neste final de semana e milhares de kosovares de origem albanesa já comemoravam a decisão desde a madrugada.

Entre os sérvios, a notícia foi recebida com revolta. Horas após o anúncio da independência, mais de mil manifestantes lançaram pedras contra a embaixada americana na capital sérvia, Belgrado.

A multidão gritava que o Kosovo é "o coração da Sérvia". Há relatos de que alguns policiais tenham ficado feridos.


Policiais enfretaram manifestantes em Belgrado

Há alguns dias, o governo americano já havia sinalizado que apoiaria a decisão do governo kosovar em relação à independência.

ONU

Horas após a declaração de independência, o Conselho de Segurança da ONU realizou uma sessão de emergência a pedido da Rússia.

O objetivo da Rússia era convencer os membros do Conselho a anularem a decisão do Parlamento kosovar.

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, disse aos jornalistas que a resolução de 1999 que prevê a administração da província pelas Nações Unidas ainda é válida e, portanto, a independência não é respaldada pela lei.

Após a sessão extraordinária, o representante britânico John Sawers disse, no entanto que nenhum dos membros apoiou a iniciativa russa.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu às partes envolvidas que contenham qualquer manifestação de violência.

Ele disse que o enviado especial da ONU a Kosovo lhe deu garantias de que a província independente não perseguiria a minoria sérvia.

O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir novamente nesta segunda-feira para outra sessão de emergência, que deverá contar com a participação do presidente sérvio Boris Tadic.

Opositores

Quando assumiu o poder, em dezembro passado, primeiro-ministro Hashim Thaci, ex-guerrilheiro que lutou contra a Sérvia entre 1998 e 1999, afirmou que a independência da província seria uma das primeiras medidas do seu governo.

Os governos da Sérvia e da Rússia já haviam afirmado que não reconheceriam a independência de Kosovo.

No juramento de posse para o segundo mandato no cargo, o presidente eleito da Sérvia, Boris Tadic, prometeu nunca desistir da luta pela província, considerada o coração religioso e cultural do país.

A declaração foi reforçada por outra, do primeiro-ministro Vojislav Kostunica. Ele pediu aos sérvios que vivem em Kosovo que não abandonem o território e disse que eles têm o direito de ignorar qualquer proclamação de independência.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que seria ilegal e imoral a comunidade internacional reconhecer a independência da província.

Além da Rússia e da Sérvia, a Bósnia-Herzegovina e Montenegro também são contra a independência.

Bálcãs

A população dos Bálcãs está acompanhando de perto os eventos no Kosovo e as consequências que a independência da província poderá trazer para a região.

A Albânia e a Eslovênia devem ser os primeiros países a reconhecerem a independência.

Já a Macedônia e a Bósnia devem hesitar em reconhecer a ruptura, pois também sofrem com problemas de separatismo étnico.


INTERNACIONAL / Kosovo

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Tire suas dúvidas sobre a situação em Kosovo



BBC Brasil - 15/2/2008

Uma ponte sobre o rio Ibar marca a divisão étnica em Mitrovica, Kosovo
A província sérvia de Kosovo deve declarar sua independência nos próximos dias.
O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta quinta-feira que seria ilegal e imoral a comunidade internacional reconhecer uma eventual declaração de independência da província.

O governo sérvio também já deixou claro que não aceitará uma eventual declaração de independência pelas lideranças albanesas da província.

A BBC compilou uma série de perguntas para ajudar você a entender as principais questões em jogo.

Qual é o atual status de Kosovo?

Apesar de ser formalmente uma Província da Sérvia, Kosovo é administrado pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1999. Mas tem seu próprio governo e Parlamento.

A ONU assumiu o poder depois que uma ofensiva da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) forçou a saída de tropas sérvias, que eram acusadas de perseguir a população albanesa, majoritária em Kosovo.

Na época, o governo sérvio alegou que suas forças estavam respondendo a um levante de separatistas albaneses armados.

Por que não se chegou a um acordo?

Os líderes albaneses de Kosovo dizem que não aceitam nada menos do que a independência total. Mas a Sérvia responde que quer oferecer apenas autonomia.

O que a ONU propôs?

Em abril, o enviado especial da ONU, Martti Ahtisaari, apresentou um plano que oferecia a Kosovo uma "independência supervisionada".

Segundo o plano, agências internacionais levariam gradualmente Kosovo à independência completa e à entrada na ONU.

Isso evitaria que Kosovo se anexasse à Albânia ou tivesse suas regiões de predominância sérvia separadas para se tornarem parte da Sérvia.

Algum país se opõe ao plano de Ahtisaari?

A Sérvia e a Rússia são os principais opositores.

A Sérvia rejeita a declaração de independência afirmando que é "um ato de separação evidente e unilateral, de uma parte do território da República da Sérvia e... então sem validade".

O presidente russo Vladimir Putin já deixou claro que o reconhecimento de uma declaração unilateral de independência "seria imoral e ilegal".

A Rússia é, tradicionalmente, uma aliada da Sérvia e teme uma expansão da União Européia na região dos Bálcãs. O bloco ofereceu, recentemente, um acordo interino a Belgrado, o que abriria caminho para a integração à União Européia.

Bósnia-Herzegovina e Montenegro também são contra.

Quando Kosovo deve declarar sua independência?

Ainda não foi estabelecida uma data, mas espera-se que a independência seja proclamada no dia 17 de fevereiro, depois de uma sessão especial no Parlamento de Kosovo.

Os Estados Unidos e a maioria dos membros da União Européia são favoráveis à independência e devem reconhecer o Kosovo como país independente quase imediatamente.

O plano de Ahtisaari prevê um período transitório de 120 dias após a declaração de independência, durante o qual se adotaria uma nova Constituição e medidas para garantir os direitos da minoria sérvia.

A independência de Kosovo seria efetivada depois desse período transitório.

Se Kosovo declarar independência, o que vai acontecer com a minoria sérvia?

Os sérvios são predominantes em Kosovo no norte do território, na região do Rio Ibar. Estima-se que 120 mil pessoas façam parte desta minoria.

Há o risco de os sérvios da região responderem a uma declaração de independência proclamando sua própria autonomia, erguendo barricadas nas estradas principais e criando verdadeiras fronteiras.

Segundo o plano de Ahtisaari, a minoria sérvia teria representação garantida em governos regionais, no Parlamento, na polícia e no funcionalismo público de Kosovo. A Igreja Ortodoxa Sérvia também teria um status especial.

Existe o risco de violência?

Soldados da Otan, que são 16 mil na região, aumentaram o nível de alerta especialmente em áreas onde existe convívio entre as etnias. Comandantes prometem mais patrulhas.

A questão mais importante é se estes militares poderão controlar pontos como a principal cidade do norte, Mitrovica, onde vivem sérvios, ou áreas ao sul, onde vivem membros da etnia albanesa.

A aliança foi fortemente criticada em 2004, quando as tropas de paz não conseguiram reprimir ataques de kosovares albaneses a sérvios.

Até que ponto a violência poderia se espalhar?

Na pior hipótese já imaginada, os 60% de kosovares sérvios que vivem ao sul do Rio Ibar seriam retirados violentamente de suas casas, enquanto os kosovares albaneses que vivem no norte seriam expulsos.

Mas a violência pode ir além. Há grandes comunidades albanesas vivendo na Macedônia e em Montenegro, que poderiam, em teoria, pegar em armas e lutar por uma união com Kosovo.

O primeiro-ministro da Sérvia também já sugeriu que o país poderia responder anexando a parte sérvia da Bósnia a seu território.

A ONU vai sair de Kosovo?

A União Européia deve gradualmente assumir muitas das funções da ONU, mas há a expectativa de que a organização mantenha alguma presença no território no futuro próximo.

O bloco europeu pretende enviar uma missão de 1,8 mil policiais e juízes a Kosovo.

Eles também planejam ter um "escritório internacional civil" no território, cuja função seria supervisionar a implementação do plano de Ahtisaari.

Brasil / Relações Internacionais

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14/2/2008

Sarkozy defende ampliação do G8
para permitir entrada
do Brasil

Folha Online
da France Presse, na Guiana Francesa

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse nesta terça-feira que o G8, formado pelos países mais industrializados do mundo, deveria se tornar G13 com a entrada do Brasil e de outras nações. Ele também reiterou o apoio da França para que o Brasil integre o Conselho de Segurança da ONU.

"O mundo precisa que o Brasil ocupe o espaço que lhe corresponde no cenário mundial. Quero reafirmar que, em nosso ponto de vista, o G8 deve se tornar G13, com a incorporação de países como o Brasil", disse Sarkozy depois de se reunir com o colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na Guiana Francesa.

A declaração conjunta divulgada depois do encontro também revela que Sarkozy "reiterou sua determinação em trabalhar pela ampliação do G8 com grandes países emergentes, como Brasil".
Sarkozy disse ainda que a "França deseja que Brasil tenha um posto permanente no Conselho de Segurança da ONU. Nos grandes assuntos bilaterais e internacionais, a França e o Brasil estão de acordo".

Lula e Sarkozy se reuniram nesta terça-feira na cidade de Saint Georges de l'Oyapok, na Guiana Francesa, e depois almoçaram no 2º Regimento de Infantaria da Legião Estrangeira.

No encontro, os presidentes concordaram em aprofundar a associação estratégica de seus países no âmbito político e militar.

Sarkozy tinha lançado em agosto passado a proposta de ampliar o G8, atualmente integrado por Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá. Em janeiro, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, se declarou favorável à proposta francesa de ampliar o G8 a cinco economias emergentes: Brasil, México, China, Índia e África do Sul.

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, disse posteriormente que o Brasil apóia esta transformação do G8 para que as nações em desenvolvimento tenham uma participação relevante garantida.

INTERNACIONAL / Blocos Econômicos

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14/2/2008


Dúvidas sobre os blocos ecônomicos existentes?

nesse endereço, há uma boa apresentação de diversos deles, de maneira clara e objetiva, vale a pena a leitura!



http://www.algosobre.com.br/geografia/blocos-economicos.html

Brasil/ Educação Superior

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EDUCAÇÃO = Correio Brasiliense = 12/2/2008
MEC vai fiscalizar cursos de medicina
O Ministério da Educação vai criar novas regras de fiscalização e regulamentação de cursos superiores. As mudanças já começarão em maio, a partir dos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) aplicado nas faculdades de medicina. As instituições que receberem notas baixas terão de tomar providências estabelecidas pelo MEC, em conjunto com a comunidade científica, para continuarem em funcionamento. Segundo o ministro Fernando Haddad, os novos critérios de avaliação das escolas que preparam futuros médicos deverão incluir a oferta de residência e as condições dos hospitais universitários.
O ex-ministro da Saúde Adib Jatene encontrou-se ontem com Haddad para discutir a qualidade dos cursos de medicina oferecidos no país. Ele ressaltou que a proliferação de faculdades pode comprometer o ensino. Em 1986, disse Jatene, havia 82 cursos. Hoje, são 167. “Nenhum país do mundo conseguiria criar o corpo docente e a infra-estrutura necessários para atender a mais de 80 novos cursos em um prazo tão curto. “Não podemos permitir que pessoas malformadas entrem em exercício profissional”, afirmou. O ex-ministro foi convidado por Haddad para participar do grupo que irá estabelecer novas regras de fiscalização dos cursos. De acordo com o ministro da Educação, é importante que a comunidade científica participe do processo.
“O julgamento das propostas de reestruturação de cursos, eventual contingenciamento do número de vagas e, no limite, a não-renovação de reconhecimento dos cursos devem ter critérios bem estabelecidos, transparentes e legitimados pela comunidade científica”, afirmou.
MUDANÇAS EM 2008
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento ontem sobre a abertura do ano letivo nas escolas públicas. Ele garantiu que 2008 será marcado pelos investimentos na área. “Nenhum governo investiu tanto em educação como faremos neste ano”, garantiu. Lula disse que as mudanças já vêm ocorrendo e ressaltou a aprovação, no Congresso, do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que incluiu a creche e a pré-escola.
Editora: Ana Paula Macedo// ana.paula@correioweb.com.brSubeditor: Olimpio Cruze-mail :olimpio.cruz@correioweb.com.brTels. 3214-1172

Meio Ambiente

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Unesco lança Ano Internacional da Terra


Daniela Fernandesde Paris para a BBC Brasil - 12/2/2008


Evento quer divulgar conhecimentos científicos sobre o planeta
A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) lançou nesta terça-feira em Paris o Ano Internacional do Planeta Terra. O evento, que conta com a participação do Brasil, reúne cientistas, representantes de governos e empresários para discutir temas ligados ao meio ambiente.


Um dos principais objetivos do ano internacional é fazer com que os líderes de governos tenham melhor acesso aos conhecimentos dos cientistas sobre o planeta para elaborar políticas ambientais.

“Muitas vezes o conhecimento científico fica restrito aos pesquisadores. Se os políticos pudessem utilizar melhor esses dados, o impacto de muitos desastres naturais poderia ser menor para a sociedade, afetando menos pessoas”, disse à BBC Brasil o holandês Eduardo de Mulder, diretor-executivo do Ano Internacional do Planeta Terra.

No encontro em Paris, realizado durante dois dias, serão discutidos temas como o crescimento demográfico, mudanças climáticas, recursos do planeta e também a questão da prevenção dos riscos naturais.

O evento na capital francesa marca o lançamento de uma série de programas que serão realizados até o próximo ano em inúmeros países, incluindo o Brasil.
Consciência

De acordo com Mulder, o Brasil organizará no mês de abril um evento reunindo representantes de governo, cientistas e industriais.

“A finalidade do Ano Internacional é a tomada de consciência sobre o futuro do planeta Terra. É também fazer com que os temas discutidos se tornem uma prioridade política”, diz Antônio Ricarte, da delegação do Brasil na Unesco.

Segundo ele, o evento também deve permitir uma maior conscientização dos jovens em relação ao meio-ambiente.

A Unesco promoveu um concurso de redações sobre os temas que serão discutidos ao longo do ano entre estudantes do mundo todo. Três brasileiros tiveram seus textos selecionados e apresentarão seus trabalhos em Paris.

Além dos assuntos que serão discutidos em Paris durante dois dias, o Ano Internacional prevê debates sobre dez temas no total, que incluem também a saúde, os solos e oceanos e as grandes cidades.

Para o geólogo Robert Missoten, chefe da seção de observação da Terra na Unesco, o Brasil, com seu programa de satélites, pode contribuir consideravelmente para os estudos sobre o planeta.

“O Brasil é um dos países mais importantes em relação aos avanços para melhor estudar a Terra e compreender os fenômenos ligados ao meio ambiente”, diz o cientista.

Entenda o processo eleitoral norte - americano

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Disponibilizado pela UOL:




Explicação didática e acessível de todo o processo eleitoral norte - americano

Vale a pena conferir!


Michelle Vilardi

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Brasil - IDH

Desenvolvimento

Brasil cai uma posição na lista do IDH - Mas atinge 0,8 no índice

27 de Novembro de 2007 16:57
Veja On line

A Organização da Nações Unidas divulgou nesta terça-feira em Brasília a nova edição de seu relatório de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), no qual o Brasil aparece na 70º posição. Os dados do relatório são referentes a 2005 e no do ano passado, com dados relativos a 2004, o Brasil estava na 69ª posição.



O Brasil está atrás, por exemplo, de Rússia, Macedônia e Albânia. Neste ano, o topo da lista ficou com a Islândia, cujo IDH chegou a 0,968. O índice obtido pelo Brasil – de 0,800, em uma escala de 0 a 1 – subiu em relação ao anterior – baseado em 2004, o IDH do Brasil foi de 0,792, posteriormente revisado para 0,798. Agora o país ocupa o último lugar dos 70 países considerados de "alto desenvolvimento humano".



Alguns países latino-americanos, como Argentina, Chile e México, há tempos têm IDH melhor que o do Brasil. A Argentina, por exemplo, possui índice superior a 0,800 desde os anos 80.
O IDH mede anualmente as conquistas de cada país em três áreas: saúde, conhecimento e padrão de vida. A saúde é medida pela expectativa de vida ao nascimento. O conhecimento, pelo grau de alfabetização da população adulta e uma combinação do índice de matrículas nos três níveis de ensino. E o padrão de vida, pelo PIB per capita.



O Brasil melhorou em todos os itens que compõem o IDH, com exceção da alfabetização adulta – que ficou estável em 88,6% da população com mais de 15 anos. O desempenho econômico do país também contribuiu para melhorar o padrão de desenvolvimento humano. O PIB per capita anual aumentou 2,5% de 2004 para 2005. De 1990 a 2005, ele cresceu em média 1,1% por ano, ritmo igual ao da Argentina, mas bastante inferior ao do Chile – que cresceu em média 3,8% ao ano.



O índice – Países com IDH até 0,499 são considerados de "baixo desenvolvimento humano". Se o índice é de 0,500 a 0,799, o desenvolvimento é médio. E países com IDH maior que 0,800 têm desenvolvimento considerado alto.

Leia no blog de Reinaldo Azevedo


Há mais gente que desconfia E não sou só eu que desconfio do IDH, não...



A classificação sobre desenvolvimento humano feita pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) é artificial e não leva em consideração aspectos importantes como o desenvolvimento sustentável, na opinião do especialista britânico Stephen Morse.




Abaixo o ranking mundial do IDH divulgado:
Islândia: 0,9682)
Noruega: 0,9683)
Austrália: 0,9624)
Canadá: 0,9615)
Irlanda: 0,9596)
Suécia: 0,9567)
Suíça: 0,9558)
Japăo: 0,9539)
Holanda: 0,95310)
França: 0,95211)
Finlândia: 0,95212)
EUA: 0,95113)
Espanha: 0,94914)
Dinamarca: 0,94915)
Áustria: 0,94816)
Reino Unido: 0,94617)
Bélgica: 0,94618)
Luxemburgo: 0,94419)
Nova Zelândia: 0,94320)
Itália: 0,94121)
Hong Kong: 0,93722)
Alemanha: 0,93523)
Israel: 0,93224)
Grécia: 0,92625)
Cingapura: 0,92226)
Coréia do Sul: 0,92127)
Eslovênia: 0,91728)
Chipre: 0,90329)
Portugal: 0,89730)
Brunei: 0,89431)
Barbados: 0,89232)
República Checa: 0,89133)
Kuwait: 0,89134)
Malta: 0,87835)
Qatar: 0,87536)
Hungria: 0,87437)
Polônia: 0,87038)
Argentina: 0,86939)
Emirados Árabes: 0,86840)
Chile: 0,86741)
Bahrain: 0,86642)
República Eslovaca: 0,86343)
Lituânia: 0,86244)
Estônia: 0,86045)
Letônia: 0,85546)
Uruguai: 0,85247)
Croácia: 0,85048)
Costa Rica: 0,84649)
Bahamas: 0,84550) I
lhas Seychelles: 0,84351)
Cuba: 0,83852)
México: 0,82953)
Bulgária: 0,82454)
Săo Cristóvăo e Névis: 0,82155)
Tonga: 0,81956)
Líbia: 0,81857)
Antígua e Barbuda: 0,81558)
Omă: 0,81459)
Trinidad e Tobago: 0,81460)
Romênia: 0,81361)
Arábia Saudita: 0,81262)
Panamá: 0,81263)
Malásia: 0,81164)
Bielo-Rússia: 0,80465)
Ilhas Maurício: 0,80466)
Bósnia e Herzegóvina: 0,80367)
Rússia: 0,80268)
Albânia: 0,80169)
Macedônia: 0,80170)
Brasil: 0,80071)
Dominica: 0,79872)
Santa Lúcia: 0,79573)
Cazaquistăo: 0,79474)
Venezuela: 0,79275)
Colômbia: 0,79176)
Ucrânia: 0,78877)
Samoa: 0,78578)
Tailândia: 0,78179)
República Dominicana: 0,77980)
Belize: 0,77881)
China: 0,77782)
Granada: 0,77783)
Armęnia: 0,77584)
Turquia: 0,77585)
Suriname: 0,77486)
Jordânia: 0,77387)
Peru: 0,77388)
Líbano: 0,77289) Equador: 0,77290) Filipinas: 0,77191) Tunísia: 0,76692) Fiji: 0,76293) Săo Vicente e Granadinas: 0,76194) Iră: 0,75995) Paraguai: 0,75596) Geórgia: 0,75497) Guiana: 0,75098) Azerbaijăo: 0,74699) Sri Lanka: 0,743100) Maldivas: 0,741101) Jamaica: 0,736102) Cabo Verde: 0,736103) El Salvador: 0,735104) Argélia: 0,733105) Vietnă: 0,733106) Palestina: 0,731107) Indonésia: 0,728108) Síria: 0,724109) Turcomenistăo: 0,713110) Nicarágua: 0,710111) Moldávia: 0,708112) Egito: 0,708113) Uzbequistăo: 0,702114) Mongólia: 0,700115) Honduras: 0,700116) Quirguistăo: 0,696117) Bolívia: 0,695118) Guatemala: 0,689119) Gabăo: 0,677120) Vanuatu: 0,674121) África do Sul: 0,674122) Tagiquistăo: 0,673123) Săo Tomé e Príncipe: 0,654124) Botsuana: 0,654125) Namíbia: 0,650126) Marrocos: 0,646127) Guiné Equatorial: 0,642128) Índia: 0,619129) Ilhas Salomăo: 0,602130) Laos: 0,601131) Camboja: 0,598132) Mianmar: 0,583133) Butăo: 0,579134) Comores: 0,561135) Gana: 0,553136) Paquistăo: 0,551137) Mauritânia: 0,550138) Lesoto: 0,549139) Rep. do Congo: 0,548140) Bangladesh: 0,530: 0,547141) Suazilândia: 0,547142) Nepal: 0,534143) Madagascar: 0,533144) Camarőes: 0,532145) Papua-Nova Guiné: 0,530146) Haiti: 0,529147) Sudăo: 0,526148) Quęnia: 0,521149) Djibuti: 0,516150) Timor Leste: 0,514151) Zimbábue: 0,513152) Togo: 0,512153) Iêmen: 0,508154) Uganda: 0,505155) Gâmbia: 0,502156) Senegal: 0,499157) Eritréia: 0,483158) Nigéria: 0,470159) Tanzânia: 0,467160) Guiné: 0,456161) Ruanda: 0,452162) Angola: 0,446163) Benin: 0,437164) Malauí: 0,437165) Zâmbia: 0,434166) Costa do Marfim: 0,432167) Burundi: 0,413168) Rep. Dem. do Congo: 0,411169) Etiópia: 0,406170) Chade: 0,388171) República Centro-Africana: 0,384172) Moçambique: 0,384173) Mali: 0,380174) Niger: 0,374175) Guiné-Bissau: 0,374176) Burkina Faso: 0,370177) Serra Leoa: 0,336

INTERNACIONAL / Oriente Médio

ORIENTE MÉDIO
Israel mata membros do Hamas na Faixa de GazaTanques e tratores invadiram o território para conter o lançamento de foguetes. Combate fez sete vítimas, e uma escola foi atingida

Correio Brasiliense 8/2/2008
Da Redação
Uma ofensiva do exército israelense matou ontem sete palestinos, entre eles um professor, e deixou 15 feridos. Durante a madrugada, tanques e escavadeiras militares avançaram dois quilômetros na Faixa de Gaza. Milicianos do Hamas resistiram ao ataque, disparando fuzis automáticos contra os soldados. Caças da força aérea de Israel revidaram, e um dos mísseis atingiu uma escola.
A operação é uma resposta ao lançamento de foguetes Qassam, fabricados artesanalmente pelo Hamas, contra o território israelense. Nas 48 horas que antecederam a ofensiva, houve 35 disparos. Cerca de 20 atingiram o país vizinho, mas não deixaram vítimas. Um dos projéteis explodiu numa casa em Sderot. “Se continuarem a lançar os Qassam, aumentaremos nossas operações e intensificaremos os ataques contra os palestinos”, ameaçou o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, durante visita à base militar de Tzeelim, no sul do país.
Os ataques aéreos tiveram como alvo posições próximas ao campo de refugiados de Jabalya e das imediações de Beit Hanoun. Fontes da polícia do Hamas afirmaram que cinco dos milicianos mortos eram membros do braço armado do movimento, as Brigadas Izzedin Al-Qassam, enquanto o outro pertencia às Brigadas Al-Quds, da Jihad Islâmica. Por meio de seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, o presidente palestino, Mahmud Abbas, se ofereceu para intermediar um cessar-fogo entre o Hamas e Israel. Ele não confirmou se Abbas, que se encontra em Ramallah, na Cisjordânia, está disposto a falar diretamente com o movimento islâmico, que expulsou a Autoridade Palestina de Gaza em junho do ano passado.
Segundo Abu Rudeina, Abbas também “está preparado para tomar imediatamente o controle dos pontos de passagem da Faixa de Gaza”, fechados quase que constantemente por Israel desde a chegada do Hamas ao poder. O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum, rejeitou prontamente a oferta. “Está claro que a proposta do presidente Abbas é uma tentativa de chantagem contra o povo palestino, que ele deixou ser massacrado.”
Cortes de energia Pressionado, o governo israelense impôs novos cortes no fornecimento de energia a Gaza, para forçar Hamas a interromper seus ataques com os foguetes Qassam. A nova redução será de 5% dos 120 megawatts que Israel fornece a Gaza e ocorre pouco depois de a Corte Suprema israelense rejeitar um apelo de 10 organizações de direitos humanos israelenses e palestinas contra os cortes. Issam Yunis, diretor do centro de direitos humanos de Gaza Al-Mezan, disse que a medida afetará as três companhias que fornecem energia elétrica a Gaza e se prolongará pelas próximas três semanas.
A única central elétrica de Gaza produz 80 megawatts em capacidade máxima, mas um bombardeio israelense causou danos à usina em 2006 e reduziu sua capacidade a 50 megawatts. A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) condenou hoje as decisões israelenses.
Em um comunicado à imprensa, informou que as novas restrições “se somam a uma série de medidas israelenses impostas desde 2006 que já causaram 20% de carência no abastecimento de energia elétrica em Gaza”, região que demanda 240 megawatts no inverno. “Os cortes estão afetando seriamente os civis e violando um dos princípios fundamentais das leis de guerra”, disse Joe Stork, diretor da HRW no Oriente Médio.