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5/3/2008
Governo do Quênia é acusado de patrocinar violência
BBC BRASIL
Cerca de 1.500 pessoas morreram na onda de violência
O governo do Quênia teria apoiado a violência durante a recente crise após as eleições, segundo informações obtidas pela BBC.
Fontes anônimas alegam que foram realizadas reuniões na residência oficial do presidente entre altos representantes do governo e membros da milícia proibida Mungiki.
O objetivo era contratar a milícia como uma força de defesa no Vale do Rift para proteger a comunidade Kikuyu, à qual pertence o presidente.
O governo se recusou a responder as alegações, que deverão ser investigadas por uma nova comissão parlamentar criada para examinar a recente onda de violência.
Teme-se cada vez mais que a violência que levou à morte de 1.500 pessoas e obrigou centenas de milhares a deixar suas casas no Quênia tenha sido organizada pelos dois lados da disputa política.
Parlamento
As alegações surgiram às vésperas da abertura do parlamento, na quinta-feira, para preparar o caminho para um novo governo de coalizão.
Apesar de o parlamento estar concentrado em resolver as divisões étnicas e criar um governo de coalizão, as alegações do envolvimento do Estado com a proibida milícia Kikuyu - conhecida como Mungiki - não serão ignoradas.
Segundo fontes disseram à BBC, as reuniões entre o governo e a milícia ocorreram antes e logo depois das eleições.
Uma delas ocorreu antes de um dos confrontos mais aterrorizantes, na cidade de Nakuru, onde as casas de não-Kikuyus foram atacadas por jovens armados com facões.
Fontes da milícia afirmam que um braço renegado do grupo esteve envolvido na violência, mas não a milícia em si.
Fontes policiais disseram à BBC que nas horas antes dos choques eles receberam ordens para deixar passar pelos postos policiais mini-ônibus alugados transportando homens armados, sem serem revistados.
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