sábado, 12 de abril de 2008

INTERNACIONAL / BRIC

Brasil tem pior crescimento de exportações entre Brics, diz OMC

da Folha Online 17/4/2008
da Efe e da France Presse, em Genebra


O Brasil teve o pior crescimento das exportações em 2007 ante os países emergentes, informou nesta quinta-feira a OMC (Organização Mundial do Comércio) em suas perspectivas para o comércio mundial em 2008.


A OMC ainda informou no documento que as economias em desenvolvimento e em transição são as que estão amortecendo a desaceleração do comércio mundial. Para 2008, a entidade estimou crescimento de apenas 4,5% do comércio mundial --contra 5,5% em 2007 (dados preliminares) e 8,5% em 2006, segundo o informe.

Segundo o órgão, as exportações brasileiras cresceram 17% no ano passado --o mesmo índice obtido pela Rússia. Já as exportações chinesas cresceram 26%, e as indianas subiram 20%.

O Brasil ocupou no ano passado a 23ª posição no ranking de maiores exportadores, com US$ 161 bilhões --cerca de 1,2% das exportações mundiais. É um desempenho superior ao da Índia (US$ 145 bilhões), mas inferior ao da China (US$ 1,218 trilhão) e ao da Rússia (US$ 355 bilhões).

O desempenho brasileiro nas exportações também está abaixo da média dos países que formam o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), que atingiu 18%, mas é superior à média dos países da América do Sul e Central (15%).

Por outro lado, o país é o 27º maior importador, com compras de US$ 127 bilhões (0,9% do total mundial).

Mundo

Sobre o comércio global, a OMC advertiu que se as turbulências nos mercados financeiros continuarem e as economias desenvolvidas tiverem uma desaceleração mais pronunciada, o crescimento do comércio pode ser "significativamente menos de 4,5% antecipado". Neste ano, a taxa de crescimento dependerá de quanto durarem as turbulências financeiras nos países desenvolvidos.

A OMC ponderou, no entanto, que a taxa poderia ser ainda menor "já que a forte desaceleração econômica que estão experimentando importantes países desenvolvidos tem sido compensada, em parte, pela continuação de um vigoroso crescimento das economias emergentes", afirma o estudo.

O enfraquecimento da demanda nas economias desenvolvidas em 2007 reduziu o crescimento econômico mundial de 3,7% para 3,4%. Por outro lado, nas regiões emergentes o crescimento foi próximo de 7%.

Apesar da forte desaceleração nos países desenvolvidos, as economias em desenvolvimento e a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) mantiveram ou aumentaram a expansão da produção, aportando em 2007 mais de 40% do aumento mundial da produção.

No ano passado, a participação dos países em desenvolvimento no comércio mundial de mercadorias alcançou um novo recorde de 34%. "O brusco aumento dos preços das matérias-primas --particularmente combustíveis e metais-- se traduziu em uma importante melhora da situação financeira da maioria das regiões em desenvolvimento e impulsionou as importações."

Por outra parte, os economistas da instituição internacional advertem que as turbulências financeiras nos países desenvolvidos "têm dificultado as perspectivas do comércio mundial em 2008".

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