sexta-feira, 20 de junho de 2008

INTERNACIONAL / Crise Imobiliária

dinheiro

FBI prende 406 por fraude no mercado imobiliário

Polícia norte-americana estima que golpes causaram prejuízo de US$ 1 bilhão.

CORREIO BRAZILIENSE

O FBI (a polícia federal americana) prendeu, ontem, 406 pessoas por participação em fraudes relacionadas ao mercado de financiamentos imobiliários dos Estados Unidos, pivô de uma crise que vem atingindo a economia mundial desde o ano passado. A operação do FBI descobriu 144 casos de fraude entre 1º de março e 18 de junho, com uma estimativa de prejuízo de US$ 1 bilhão relacionada a esses crimes.

Entre os indiciados pelo Departamento de Justiça americano há corretores e pessoas que ajudaram compradores de imóveis a conseguir empréstimos. O anúncio do FBI ocorreu no mesmo dia em que dois gerentes do banco americano de investimentos Bear Stearns foram presos sob a acusação de fraudes em dois fundos da instituição: Matthew Tannin e Ralph Cioffi são os primeiros executivos a enfrentar acusações criminais por causa da crise das hipotecas. Eles teriam omitido ou mentido sobre a saúde financeira das carteiras que administravam.

“Fraudes com empréstimos e valores imobiliários representam uma ameaça à nossa economia, à estabilidade da nação e à paz de espírito de milhões de proprietários de casas”, disse o vice-secretário americano de Justiça, Mark Filip. Segundo o FBI, a operação identificou envolvidos em três tipos de fraude: envolvendo empréstimos, esquemas de suspensão de ordens de despejo, e concordatas de organizações credoras relacionadas a financiamento de imóveis.


Petróleo O mercado norte-americano chegou a ser afetado pelo escândalo das prisões, que vem junto com prejuízos bancários bilionários, mas reagiu diante da queda no preço do petróleo, provocada por dois fatos: a China aumentou os preços do óleo diesel e da eletricidade, o que reduzirá o consumo, e a Arábia Saudita confirmou que aumentará a produção em 200 mil barris por dia. Diante disso, o preço do barril de petróleo caiu 3,5% em Nova York e em Londres, fechando em US$ 131,93 e em US$ 132 respectivamente.


A queda foi ainda mais significativa, porque os preços chegaram a US$ 137 na manhã de ontem por causa de um atentado na Nigéria, que fez o grupo Shell interromper a produção na reserva de Bonga. A Bolsa de Nova York reagiu positivamente à redução no preço do petróleo e terminou o dia em alta de 0,28%, apesar do cenário de crise bancária e de aumento da inflação.

A sessão, que transitou entre o negativo e o positivo constantemente, refletiu a incerteza dos investidores em relação à saúde da economia dos Estados Unidos, profundamente afetada pela crise dos créditos imobiliários de risco (subprimes). “O mercado esteve muito volátil”, resumiu Mace Blicksilver, analista da MarbleHead Asset Management. “A queda do petróleo, entretanto, incentivou os investidores a comprar”, afirmou.

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