sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

INTERNACIONAL / Oriente Médio

ORIENTE MÉDIO
Israel mata membros do Hamas na Faixa de GazaTanques e tratores invadiram o território para conter o lançamento de foguetes. Combate fez sete vítimas, e uma escola foi atingida

Correio Brasiliense 8/2/2008
Da Redação
Uma ofensiva do exército israelense matou ontem sete palestinos, entre eles um professor, e deixou 15 feridos. Durante a madrugada, tanques e escavadeiras militares avançaram dois quilômetros na Faixa de Gaza. Milicianos do Hamas resistiram ao ataque, disparando fuzis automáticos contra os soldados. Caças da força aérea de Israel revidaram, e um dos mísseis atingiu uma escola.
A operação é uma resposta ao lançamento de foguetes Qassam, fabricados artesanalmente pelo Hamas, contra o território israelense. Nas 48 horas que antecederam a ofensiva, houve 35 disparos. Cerca de 20 atingiram o país vizinho, mas não deixaram vítimas. Um dos projéteis explodiu numa casa em Sderot. “Se continuarem a lançar os Qassam, aumentaremos nossas operações e intensificaremos os ataques contra os palestinos”, ameaçou o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, durante visita à base militar de Tzeelim, no sul do país.
Os ataques aéreos tiveram como alvo posições próximas ao campo de refugiados de Jabalya e das imediações de Beit Hanoun. Fontes da polícia do Hamas afirmaram que cinco dos milicianos mortos eram membros do braço armado do movimento, as Brigadas Izzedin Al-Qassam, enquanto o outro pertencia às Brigadas Al-Quds, da Jihad Islâmica. Por meio de seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina, o presidente palestino, Mahmud Abbas, se ofereceu para intermediar um cessar-fogo entre o Hamas e Israel. Ele não confirmou se Abbas, que se encontra em Ramallah, na Cisjordânia, está disposto a falar diretamente com o movimento islâmico, que expulsou a Autoridade Palestina de Gaza em junho do ano passado.
Segundo Abu Rudeina, Abbas também “está preparado para tomar imediatamente o controle dos pontos de passagem da Faixa de Gaza”, fechados quase que constantemente por Israel desde a chegada do Hamas ao poder. O porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum, rejeitou prontamente a oferta. “Está claro que a proposta do presidente Abbas é uma tentativa de chantagem contra o povo palestino, que ele deixou ser massacrado.”
Cortes de energia Pressionado, o governo israelense impôs novos cortes no fornecimento de energia a Gaza, para forçar Hamas a interromper seus ataques com os foguetes Qassam. A nova redução será de 5% dos 120 megawatts que Israel fornece a Gaza e ocorre pouco depois de a Corte Suprema israelense rejeitar um apelo de 10 organizações de direitos humanos israelenses e palestinas contra os cortes. Issam Yunis, diretor do centro de direitos humanos de Gaza Al-Mezan, disse que a medida afetará as três companhias que fornecem energia elétrica a Gaza e se prolongará pelas próximas três semanas.
A única central elétrica de Gaza produz 80 megawatts em capacidade máxima, mas um bombardeio israelense causou danos à usina em 2006 e reduziu sua capacidade a 50 megawatts. A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) condenou hoje as decisões israelenses.
Em um comunicado à imprensa, informou que as novas restrições “se somam a uma série de medidas israelenses impostas desde 2006 que já causaram 20% de carência no abastecimento de energia elétrica em Gaza”, região que demanda 240 megawatts no inverno. “Os cortes estão afetando seriamente os civis e violando um dos princípios fundamentais das leis de guerra”, disse Joe Stork, diretor da HRW no Oriente Médio.

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