sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Violência Brasileira

07/02/2008 - 12h20


Missa marca um ano da morte de João Hélio;
polícia ainda investiga acusados



da Folha Online

Uma missa iniciada por volta das 12h15 desta quinta-feira na igreja da Candelária, no Rio, marca um ano da morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, 6. No dia 7 de fevereiro do ano passado, ele foi arrastado por 7 km nas ruas da zona norte da cidade, preso ao cinto de segurança do veículo levado por assaltantes.

A Polícia Civil informou hoje que dará andamento ao inquérito já instaurado para apurar uma eventual formação de quadrilha ou bando dos acusados pela morte do garoto, que na semana passada foram condenados, juntos, a uma pena de 167 anos e três meses de prisão.
João Hélio estava com a mãe e a irmã quando o carro foi parado por criminosos, em Oswaldo Cruz. Ele não conseguiu sair, ficou preso pelo cinto de segurança. Os acusados são quatro adultos e um adolescente.

Quadrilha

O delegado Hércules Pires do Nascimento, do 30º DP (Marechal Hermes), que coordenou as investigações a respeito dos autores da morte do menino, informou que o inquérito já instaurado em 2007 para apurar se os acusados também serão enquadrados em crime de formação de quadrilha ou bando será retomado.

Ele afirmou que o inquérito foi instaurado em paralelo à morte de João Hélio e não tem correlação. "Temos informação que eles [os criminosos] se valiam do mesmo local onde abandonaram o carro que vitimo João Hélio para deixar outros veículos fruto de roubo", afirma Nascimento.
O delegado informou que irá ouvir em depoimento os quatro condenados pela Justiça e o adolescente que cumpre medida socioeducativa. O primeiro interrogado será Diego Nascimento da Silva, em data ainda não definida.

Condenação
Em decisão da juíza Marcela Assad Caram, os quatro réus foram condenados pela Lei de Crimes Hediondos --que inclui crimes como homicídio, estupro e latrocínio (roubo seguido de morte)-- pela morte do menino João Hélio.

Carlos Eduardo Toledo Lima, que dirigia o carro, foi condenado a 45 anos de prisão. Diego Nascimento da Silva, que estava no banco do carona, recebeu uma pena de 44 anos e três meses de prisão. Ele ameaçou com uma arma um motociclista que tentou avisar que o menino estava preso ao carro.

O acusado Carlos Roberto da Silva foi condenado a 39 anos de prisão. De acordo com a acusação, ele estava no táxi que levou o grupo até o local do crime. Outro suspeito, Tiago de Abreu Mattos, apontado como quem dirigia o táxi, também recebeu a mesma pena --39 anos de prisão.
Segundo explica a decisão da juíza, mesmo com penas entre 39 e 45 anos, constitucionalmente os réus podem cumprir penas de até 30 anos. A decisão é em primeira instância e, portanto, ainda cabe recurso.

Em março do ano passado, o adolescente de 16 anos envolvido na morte do menino recebeu a medida socioeducativa mais grave permitida pela legislação: a internação em um instituto para jovens infratores.

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